quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Remoçar


Aos trinta e um anos decidi fazer um intercâmbio pra aprender inglês. Tarde podia ser, mas assim foi. Nas primeiras semanas eu me perguntava o que fazia ali naquela sala de aula cheia da “casa dos vinte anos”. Retumbava  na minha cabeça  que invenção maluca era aquela de morar numa família com uma “irmã” de dezessete anos, que me olhava com cara de “A estranha”.  Os dias se passaram e fui me dando conta que o sol que entrava bem cedinho no quarto que “minha família australiana” separou pra mim tinha um brilho único, que era impossível deixar passar. Dali em diante, a casa dos vinte me entoou as alegrias minhas dos tempos dos dezessete anos.  E assim me pus a “experimentar”, num corpo e cabeça de trinta, as aventuras que eu poderia ter reduzido aos tempos dos dezessete. E como foi MARAVILHOSO sentir que a gargalhada incontida que eu dava no trajeto do ônibus voltando do segundo grau, eu consegui repetir inúmeras vezes no ônibus que me levava e trazia da escola de inglês. Voltar em sensações na mesma intensidade dos tempos idos me fez ter a certeza que remoçar é atemporal.  Basta deixar que aquele lado adulto demais, certinho demais, recatado demais,  “experimente”, fácil, fácil, como foi aos dezessete, aos dezoito, aos vinte e porque não aos trinta, quarenta e mais tantos outros “enta”.  E assim a alma remoça. E quanto!

ps: esse texto vai pra Lu (Lucy Lion) e Katia, amigas super “VINTE”, que me fizeram viver um dos seis meses mais alegres da minha vida!

Um comentário:

  1. Sempre poeta, Mari.
    Fase imensamente feliz, leve e livre. Certamente um dos melhores momentos ds minha vida e que guardarei para sempre no coração, especialmente pelo fato de ter encontrando vocês!
    Espero que nossos filhos possam viver momentos tão bons quanto os que vivemos!
    Amo vc!

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