sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Barulhinho bom


Gostamos de gente. Na verdade, amamos! E assim seguimos do alto dos nossos trinta e oito anos ainda saindo. Somos gente gostando de gente. E também gostamos de Brasília. Amamos esse quadrado com pontas distantes, que nos faz percorrer muitos quilômetros pra estar perto de gente. Tanto espaço traz um “digamos” distanciamento corporal. E por isso não é muito comum que no nosso quadradinho haja aquela coisa da “mundiça” como dizem os nordestinos, algo mesmo do gregário.
Faz um bom tempo, no Gilberto Salomão, era um esbarra-esbarra delicioso de gente jovem. Gente que ia e vinha. Hoje, tem tão pouco disso... O povo vai pra shopping. É uma tristeza! Diz que não é? Aí aparece uma galera sagaz com umas ideias de ocupar os espaços públicos, como estão fazendo os caras do “Aparelhinho – ocupe o centro” e o pessoal do Criolina com a tal da “Quarta Champagne”, que acontece uma vez por mês. Quarta delícia, com música gostosa e arte de quebra. Ali tem gente dançando; tem arte vibrando; tem gente se encontrando... Mas tem também gente que não gosta muito de gente. Nenhum problema nisso. Agora. não cola gente que não gosta de encontro de gente. Será que nunca foram jovens? As meninas do blog “quadrado” fizeram uma boa reflexão sobre a (in)tolerância nos dias de carnaval nas quadras 202 da Asa Sul. Pra quem quiser conferir,  vai  o link:
http://quadradobrasilia.wordpress.com/2013/02/08/tire-o-seu-sorriso-do-caminho/
E falando nisso, no Criolina Champagne, na última quarta, a música acabou às onze horas da noite. Nem um minuto a mais, nem um a menos. E já antes das onze, havia alguns camburões da Polícia Militar pela rua. Nada de criminoso se viu ali. Era música, arte e gente. Houve dispersão, claro! Como não, né! Ficamos cá nos perguntando se é tão difícil assim uma vez por mês tolerar gente se encontrando um bocadinho ao sabor de boa música. Ficamos cá nos perguntando se uma vez por mês não dá pra ligar o ventilador pra abafar o som. Flanar pelas largas ruas do nosso sossegado quadrado e estar entre gente uma vez por mês não é pedir muito não!
Uma de nós já morou no Rio de Janeiro, numa rua super barulhenta. Foram oito meses numa esquina de Botafogo. Trânsito caótico. Depois foram alguns outros bons meses num lugar mais silencioso, também com seus naturais barulhos. Sim, lá no Rio, existe uma maior tolerância. Se bem que um dia desses ficamos sabendo de umas ideias de atrapalharem a vida dos boêmios na Lapa. Será que eles também estão ficando de saco cheio “das gentes”? Pelo que percebemos é especulação imobiliária.
Temos que confessar que hoje em dias nós duas moramos em lugares muito silenciosos. Se bem que, seja em casa, seja no vizinho, há cachorros, minha gente. E muitas vezes eles botam pra quebrar, no melhor estilo de bons e velhos barulhentos bares. Pra quem nunca ouviu falar, nestes tais lugares silenciosos já apareceram sapos que resolveram cruzar. Não há nada mais barulhento. Só que nessas horas não dá pra chamar a polícia pra calar a bicharada! Já pra nós...
Mariana e Cristina, que não gostam muito de barulho não, mas como amam gente, toleram barulhinho, de preferência, bom!

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